segunda-feira, 29 de março de 2010

Para cada coisa nessa vida existe um tempo....uma razão....e uma forma....

Hoje venho discutir uma pouco sobre algo importante em nossa vida...o tempo....e o quanto vivemos ou sofremos com a presença dele em nossas vidas. E esse texto na verdade vem dar continuação a esta bela música de Lenine que escrevi semana passada misturado um pouco com idéias que venho pensando hoje e sempre.
Todos nós nascemos e vivemos como se nossas vidas fossem programadas antecipadamente por nós.....temos a eterna sensação de que estamos sobre o controle de tudo em nossa vida e nossas emoções parecem ser perfeitamente estáveis e constantemente conhecidas e planejadas por nós mesmos.
Crescemos com a ilusão de que um bom planejamento e uma boa agenda nos fornece a segurança necessária para que nada saia do nosso alcançe.

Por muitos anos eu dependi das agendas....escrevendo a cada dia os passos minuciosos e os horários certos para cada coisa que aconteceria no dia seguinte....o que comprar, pra quem ligar, o que ver, o que resolver e no final do dia....planejar na agenda o próximo....a segura sensação de comando e de responsabilidade maior sobre todas as coisas.

Mas o tempo não é assim...a vida não é assim...

Se planejamos pegar o ônibus as sete da manhã e este mesmo ônibus quebra no meio do caminho....chegaremos em nosso destino não as oito, mas talvez as dez da manhã....Se agendamos falar com nossos irmãos as dez, pelo atraso talvez consigamos apenas ligar as duas....e o almoço com nossos filhos talvez não saia extamaente ao meio dia em ponto.

A ilusão de que estamos sempre a frente das coisas nos torna senhores absolutos e mentirosos dos nossos destinos. A pequena grande certeza de que estamos sempre certos sobre tudo e de que comandamos nosso tempo com nossos intensos planejamentos estratégicos situacionais é uma grande MENTIRA. Sinto dizer isso, assim como senti muito fortemente quando isto tornou-se uma verdade inquietante em minha vida.
Na real não temos certeza nem sabemos de nada....o tempo simplesmente nos proporciona uma leve organização, mas não somos nós que o comandamos....nem por um segundo....em NENHUM MOMENTO. E a natureza está aí para nos provar cada vez mais isso.
As flores não contam seus dias....mas florescem sempre lindas e belas.
O mar, em nenhum momento, preocupa-se com as horas, mas suas ondas sempre estão ali no momento certo e suas marés nunca se atrasam.
As nuvens nunca sabem onde e como estarão, se cobrindo o Sol ou escondendo a lua, não importa, elas sempre formam-se quando é necessário que estejam ali.
Os animas nunca sabem nada que acontecerá com eles, mas no momento em que a presa fácil se apresenta o almoço é garantido e a fome superada.
Ou seja, nada, absolutamente nada na natureza é controlado, previsto ou agendado....e mesmo assim....tudo é PERFEITO.

Se pudéssemos por um momento pensarmos asssim...se pudéssemos acreditar por um momento apenas que entregar tudo ao universo, a Deus, a Jeová, a Oxalá, ao espiríto Protetor, ou o nome que vc escolher, é a melhor solução e o melhor planejamneto de todos, talvez viveríamos em menos crises de estresse ambulante.
....Um pouco mais de paciência....diz Lenine...intensamente feliz na letra dessa música....intensamente brilhante.
Paciência em tudo e confiança sempre.
Se hoje não deu certo....tudo bem...será que era realmente o certo?
Se hoje, todo aquele plano infalível não funcionou....será que ele era mesmo o melhor para vc?
Se hoje o suco de laranja não estava tão gostoso...será que não seria melhor ter mudado a escolha do sabor?
Se hoje parece tudo tão difícil....será que não é a verdadeira solução nos avistando?
Se hoje chorar parece inevitável porque aquele sonho que parecia tão atingível não se realizou....tudo bem...chore....e saiba que talvez, realmente, não seja o momento certo dele se realizar....E amanhã?....recomece....afinal sempre há uma folha a mais na agenda...depois de hoje sempre há um amanhã esperando para recomeçar.
Não apresse as coisas, não apresse a si mesmo, não apresse ao próximo....
Até para caminhar se tem um tempo certo....
Não minta mais para si memso....não iluda-se mais sobre o controle de tudo...
Ele, apenas Ele, tem o controle de tudo.....dê o nome que quiser a Ele....mas aguarde, espere e confie....com o tempo Ele lhe mostra que Suas escolhas sempre foram as mais corretas.
E o tempo? Esse é ilusão....esse é apenas uma forma de organizarmos nosso dia não de nos prendermos aos planejamentos que podem ser até estratégicos, mas nunca garantem as situações que iremos enfrente nas 24 horas deste dias.
Seja como o mar, como a flor, como a semente, como o leão, como o cordeiro, como a nuvem, como a estrela, como os pulmões que confiam sempre no ar que os preenchem....seja como a natureza.
Pare de esperar que tudo saia como vc planejou....NADA vai sair como vc planejou....e mesmo assim....SERÁ MELHOR....incrivelmente melhor....Acredite!
E dessa forma, simples e extremamente complicada....vc enfrenta sadiamente seu sofrimento psíquico....vc combate de vez a depressão, vc impede que o estresse e o medo lhe consuma....Por que vc simplesmente e contraditoriamente NÃO FAZ NADA e FEZ TUDO QUE PODIA.....apenas deixando que o universo siga naturalmente o seu curso.....
E no final de tudo....vc fez o que mais poderia ter feito e o que deveria ter feito desde que nasceu: Foi simplesmente humano!
Um abraço a todos e uma ótima semana!
Sofia

terça-feira, 23 de março de 2010

Um pouco mais de paciência....

Hoje apenas uma letra de música para se refletir....

Lenine - Paciência

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para

Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós

Um pouco mais de paciência
Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (Tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não para não)

Será que é tempo que me falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei,a vida não para (a vida não para não... a vida
não para).

Um abraço a todos...e que tenhamos um pouco mais de paciência....
Sofia

segunda-feira, 22 de março de 2010

Vc tem medo de quê?


Boa tarde!
Pois é fazem quase duas semanas da última postagem e nesse meio tempo por vários momentos quis escrever, mas não consegui, alguns por preguiça, outros por visitas, outros por nem sei por que....Culminou com hoje ser a hora exata e ser os sentimentos exatos.
Hoje queria falar sobre o medo....o velho e eterno ameaçador de sonhos....e de vidas...O que faezr quando ele não nos suporta ou quando nós mesmos não o suportamos mais?
Medo:1 Perturbação resultante da idéia de um perigo real ou aparente ou da presença de alguma coisa estranha ou perigosa; pavor, susto, terror. 2 Apreensão. 3 Receio de ofender, de causar algum mal, de ser desagradável. sm pl Gestos ou visagens que causam susto. (Dicionário Michaelis)

Esse é literalmente o que essa palavrinha de duas sílabas quer dizer, mas não o que ela realmente representa atualmente.
Temos medo de sair a rua, de levarmos todos nossos documentos na bolsa, de entrarmos nun caixa eletrônico, de andarmos de carro com os vidros abertos, de comprarmos aquele relógio que amamos mas que ficará exposto demais no nosso pulso...Receio de sair de casa a noite sozinhos, de voltarmos para casa a noite sozinhos, de pegarmos ônibus lotados.....Pavor de sermos atacados por alguém, de que nossos filhos, amigos e familiares possam sofrer algo de ruim...Terror de perder nossos empregos, de não sermos bem quistos, de sermos mal entendidos, de causar algum mal a álguem sem que realmente quiséssemos.....Apreensão em usar a internet, de que nossos filhos usem indiscriminadamente....de investir em algo de risco....ou algo de riso....
Medo de que nossos sonhos se frustrem e pior....de frustrar a quem amamos....quando achamos que desistir é apenas uma ilusão do fracasso.
Existe quem sofra de Síndome do Pânico e que não consiga controlar sozinho em alguns momentos uma sensação de medo e de pavor tão exagerados que causam até mesmo a sensação de morte ou loucura eminente....um medo que precisa de tratamento.
Mas essa é mais uma realidade da nossa situação atual...vivemos com medo....vivemos trancados em nossas casas...queremos apartamentos bem altos pensando que quanto mais nas nuvens mais isolados e menos perigo teremos. Queremos grades nas portas, janelas e se possível na casinha do cachorro.
Não andamos com os vidros abertos, sentindo o vento bater direto no rosto e proprocionar aquela sensação deliciosa de liberdade....não ligamos o ar condicionado e escurecemos os vidros para que ninguém nos veja ou nos reocnheça pois assim somos alvos provavéis da falta d emedo alheio.
Sinto-me tão cansada disso tudo....sinto-me tão sufocada com isso tudo....
As vezes a impressão que tenho é que a vida simples de antigamente nos proporcionada menos tecnologia avança, mas muito mais prazer.
Lembro que com 13 anos ia para a esocla a pé, SEM CELULAR. E lá passava por horas, sem comunicação rápida com minha família. lembro que com 16 anos, acampei com amigas queridas e que tb nessa época não possuia CELULAR....e meus pais, claro ficaram preocupados, mas sobrevivemos e eles tb.
Não me recordo de nenhuma tecnologia da minha infância....o mais desejado era uma Barbie e uma bicicleta e andávamos sem medo na rua na frente de casa.
Íamos a praia de manhã e voltámamos a noite, sem emdo do ônibus lotado, pois éramos todos família.
Saía com as amigas a noite e meus pais iam nos buscar lá pelas seis da manhã....e não tínhamos vergonha disso....tínhamos orgulho de não precisarmos caminhar....e detalhe a hora era marcada, não havia celular para avisarmos o final da festa! heheheheheheheh
Tínhamos amigos reais e não virtuais.....e se queríamos conversar combinávamos algo de tarde, nada no MSN, apenas um bate papo na pracinha perto da escola....uma delícia....e depois? Quem sabe um sorvete ou um Churros na banquinha do "Tio".....heheheheheh
E não tínhamos tanto medo....e o medo não nos tinha tanto tb.
Quero logo ter filhos....quem sabe dois....e sem aindas ter eles comigo já tenho medo do que pode lhes esperar nesse mundo tão estranho.....Nessa Terra tão abandonada...tão necessitada de amor e paz....tão suspirante por romances e sorrisos....e querendo muito uma limpeza espiritual.....
Inicio hoje uma campanha contra o medo.....paremos de falar e dar atenção ans coisas que nos causam medo e concentremos nossas energias no que nos fortalece como humanidade:
- PAZ;
- AMOR;
- CARINHO;
- BELEZA;
- SAÚDE;
- VIDA;
-ALEGRIA;
- FAMÍLIA;
- AMIGOS;
- SOLIDARIEDADE;
- CARIDADE;
- ESPIRITUALIDADE;
- SONHOS;
- REALIZAÇÕES;
E tantos outros sentimentos purificadores da alma e dos corações. Oremos por aqueles que ainda precisam dessas descobertas, para que a ânsia de vencer pelo medo não os atinja mais....que possamos todos vencer pelo AMOR.
Já dizia a grande Madre tereza de Calcutá: "O dia que vocês quiserem que eu participe de algo contra a guerra, não me convidem para nada....Me convidem para uma passeata pela PAZ!"....Inteligente e carinhoso como ela soube ser....
Que possamos falar mais dessas coisas, que dão um colorido diferente na nossa vida e transmutam as energias que o medo e a insegurança possam nos influenciar.
Queridos....para todos PAZ!
Para todos Força!
Para todos.....CORAGEM.....!

Com cairnho...
Sofia

sexta-feira, 12 de março de 2010

Lambidas de uma idiotice incrivelmente feliz

Não me acordo pensando o que escrever e que hoje será um dia que irei escrever algo, simplesmente acontece. Em determinado momento do dia acontece algo que me inspira, qualquer coisa e nesse momento sinto uma vontade enorme de colocar no papel, ou no teclado o que me vêm suspirando no ouvido e no coração.
Hoje o momento foi de tardezinha....num parque da cidade, com meu cachorro, simples assim, nada de diferente....apenas um sol por detrás dos prédios, um capim meio úmido e cheirando a terra e meu cachorro correndo, nada de especial.....isso diriam os insensíveis ou os cegos da alma. Atualmente tudo me têm sido especial e misteriosamente deslumbrante. Pequenas coisas, ou grandes como quiser, podem nos inspirar profundamente e nos impulsionar à mudanças maiores.
E por detrás dos prédios, estava ele, o sol....Brilhante! Como que na espera de que eu encontre respostas que minha mente já pensava que existiam.
E esta pequena palavra "brilhante" me inquietou naqueles momentos sentada no capim molhado.
O que é ser brilhante?
O que é para vc ter um futuro brilhante?
O que até hoje vc viveu que lhe fez brilhar?
Existe algo em especial que lhe transforma em diamante? Ou alguém?
Naquele momento botei o fone de ouvi, talvez para evitar os latidos felizes do meu cachorro, talvez para poder sentir algo mais....
Não sei. Não sei para mim o que é ser brilhante...isso deixa-me confusa e parece-me triste, mas é a verdade....ainda não sei.
Pensava que ser brilhante era ser a primeira (sempre!), ser indepentende (de tudo e de todos), talvez ter reconhecimento....mas hoje me pergunto....que reconhecimento? De quem?
Há motivos maiores para nossa existência, motivos que não conhecemos, não sabemos explicar, mas que estão ali, guardados na alma. Temos todos uma razão de ser e fomos criados, com toda certeza "Brilhantes" em espírito e em amor. Basta-nos talvez reconhecermos a nós mesmos, com nossos defeitos e qualidades, com nossas limitações e superações, pois assim se é humano e é dessa humanidade que precisamos para viver.
Grito incessantemente que quero menos, e desse menos terei o mais da Vida, sem medo de ser repetitiva ou inconsequente. Canto bem alto que "é preciso saber viver" e que "viver é não ter a vergonha de ser feliz"...sem menor contrangimento de ser piegas. Já dizia o fascinante Arnaldo Jabor: "Antes idiota que infeliz". Faço minhas as palavras dele.
Prefiro ser idiota...uma idiota sentada na grama molhada, curtindo um som, olhando o pôr-do-sol atrás do edifício e pedindo que meu cachorro pare de latir e olhe este espetáculo (coisa que ele não faz).
Prefiro ser a idiota que ouve música clássica, do que saculejar no "Rebolation-shom..."
Prefiro ser aquela que come chocolate aos montes, do que a infeliz que não se dá o prazer de largar a alface por um dia apenas....
Prefiro ser a mochileira que adora viajar e ficar em albergues, conhecer gente diferente e bonita, do que a que fica em Resorts presa numa programação prévia.
Prefiro ser a idiota que lê a saga Crepúsculo, adora, sem caretice só porque tem 27 anos....Não é preciso ser a intelectual sempre....já dizia uma grande psicóloga e amiga.
E ainda ser aquela idiota que ama desenho animado, que já foi a um show do Sandy e Júnior sim, que torce fevorosamente pelo seu time e adora provocar os amigos rivais (hehehehehehe)....a simples idiota que cultiva violetas e toma água no gargalo da garrafa, escondida do marido que odeia isso nela.
Enfim....uma idiota a olhar o pôr-do-sol, que decide descobrir o que é ser brilhante além de idiota....e que se dá a chance de dar um tempo pra que essa descoberta aconteça.
E nesse momento, já enlouquecida com os apelos constantes do cusco branco quase cinza que me convida, paro de olhar o sol, que já vai longe, e saio correndo atrás dos pássaros com ele, numa corrida deliciosa que acaba numa queda maravilhosa na grama e culmina com uma lambida no nariz de agradecimento e amor.
Uma cena incrivelmente idiota....mas totalmente feliz!
Um abraço, amigos queridos....
Sofia

quinta-feira, 11 de março de 2010

Apenas uma lembrança para hoje....



“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem!”.

(João Guimarães Rosa).

quarta-feira, 10 de março de 2010

Sobre o meu e o seu sofrimento psíquico

Queridos


Hoje resolvi escrever uma daquelas pequenas-longas crônicas que as vezes me fazem necessárias a alma e ao coração e também uma forma de discutir aquilo que acredito ser necessário, quem me conhece sabe que sou assim. E acredito no poder da internet para que possamos construir fóruns de discussões saudáveis já que a vida agitada e a distância muitas vezes nos imobiliza.
Estava eu numa fila esse final de semana quando ouvi um diálogo alto entre duas pessoas sobre uma terceira, que claro não se encontrava no recinto, sobre seu afastamento das pessoas e também do trabalho por motivos de problemas psicológicos. É claro que a crença maior era a total descrença do motivo do afastamento de tudo e de todos ser apenas uma mente cansada, estressa, ansiosa ou depressiva.....coisa comum, normal de ser ouvida.
Voltei para casa pensando e no mesmo dia ligo a TV e ouço a notícia sobre o jogador Adriano, ele memso o imperador, estar afastado 10 dias dos treinos, pois teve uma recaída em seu quadro depressivo e que havia voltado a beber após desentendimentos pessoais. O comentário do jornalista foi o seguinte: "Será que é isso mesmo?".
Fico me quetsionando no porquê de tanta descrença ou desconfiança no que hoje seria doença ou não. Vivemos num mundo agitado, consumido pela correria, pelo estresse, pela ansiedade, pelo barulho, pelo consumismo, pela necessidade de dinheiro, pela total correria em busca de títulos de mestres e doutores, pela falta de amor ao próximo, pela violência e pela desarmonia....tantas coisas que cansam o corpo sim, mas deteriorizam a mente.
O estresse não fornece fraturas expostas ou luxações. O isolamento em empregos super concorridos ou em apartamentos JK não demonstram manchas na pele ou escoriações. O cansaso mental e a falta de sono não expoeem feridas no corpo. Ou seja, as doenças da sociedade atual e "moderna" não são possíveis de diagnósticos visuais ou por imagem, muito menos por exames laboratoriais. E memso assim, as pessoas permanecem presas a uma história da doença atual e prévia que só fortalece a medicina tradicional tão em desuso atualmente.
A depressão aguda ou crônica, o transtorno de ansiedade, o transtorno do estresse pós-traumático, o trantorno bipolar, a Síndrome do pensamento acelerado e o transtorno do pânico estão aí, nos mais diversos lugares e famílias, muitas sem história prévia ou familiar da doença, mas que simplesmente mostram o cansaço da sociedade atual e dita moderna.
Estudos comprovam que estudantes universitários, por exemplo, apresentam algum tipo de transtorno psiquiátrico durante sua formação acadêmica, entre 15 e 25% deles tendem a desenvolver transtornos depressivos e de ansiedade (Cavestro; Rocha, 2006).Outros apontam para uma impressionante taxa que varia de 49% a 87% de presença de sintomas de transtorno bipolar ou de déficit de atenção ainda na infância, tais como estados depressivos, ansiedade, desatenção, hiperatividade e desestabilização do humor (Moraes; Silva; Andrade, 2007). Já os transtornos de ansiedade estão entre os mais frequentes na população em geral, podendo ser encontrados em qualquer pessoa durante toda a sua existência e possuindo uma prevalência estimada ao longo da vida de 28,8%, sendo que a população feminina possui maior probabilidade de desenvolvê-lo (Kinrys; Wygant, 2005).
Em relação ao transtorno do estresse pós-traumático, este é conhecido como aquele desenvolvido após a exposição a um evento traumático grave, sendo que a pessoa apresenta sintomas de reviver o evento mesmo após o ocorrido.Apesar de na nossa sociedade eventos traumáticos (assaltos, violência, acidentes, sequestros, entre outros) ser algo tão comum, ainda existe o subdiagnóstico e a descrença sobre o mesmo, o que pode levar a comorbidades graves e sofrimento psiquico intenso (Margis, 2003).
E eu nem vou entrar no mérito da Sindrome do Pânico, algo que isola o indivíduo e o faz sofre tanto que caberia um e-mail a parte.
Eu poderia citar dezenas de milhares de estudos comprovando a realidade e a importância de se acreditar,de se valorizar e respeitar o sofrimento psiquico existente e escancarado na sociedade atual, afinal estudos acadêmicos sobre isso não faltam, mas esse não é meu objetivo. Trouxe estes textos apenas para validar um pouco do meu desabafo sobre o assunto e para chamar a atenção no que estes números e porcentagens querem realmente nos mostrar.
O sofrimento psiquico deixa marcas invisíveis aos olhos insensíveis, mas pior que isso é o preconceito e a descrença. Nada pode ser pior ao depressivo ou ao que sofre de pânico do que o ser taxado de louco ou de vagabundo. Nada pode ser pior do que ouvir que isso não existe e que um bom e velho tanque de roupa suja cura tudo na vida, como se a doença fosse apenas uma desocupação do doente. Nada pode doer mais do que a desconfiança alheia de que o doente não quer trabalhar, ou pior que isso, que não é forte o bastante para conseguir vencer as coisas sozinho.
E pior do que isso é a descrença familiar e da sociedade de que profissionais como psicólogos e psiquitras podem sim ajudar e auxiliar em algo que não é fraqueza ou apenas desânico, é sim doença, é sim química cerebral, assim como a diabetes é uma química hormonal.
É urgente a necessidade de abrirmos os olhos para quem está do nosso lado. É urgente desejarmos menos um pouco da vida, pois assim ela nos dá o bastante, afinal corremos tanto para quê e por quê?
É urgente desacelerar, antes que o freio de mão seja puxado estupidamente pelo nosso corpo.
É urgente deixarmos um pouco os títulos de lado, o consumismo de lado, a inveja de lado e a solidão de lado.
É preciso abrir os olhos para o que todo o dia temos: a VIDA, e com ela curtirmos as melhores coisas que podemos. Família, amigos, dias de folga e não horas-extras, viagens, cozinhar, descobrir algo que realmente gostamos de fazer e que não entra no nosso curriculum. Assistir TV, ver Big Brother sim sem preconceitos, coisas inúteis as vezes fazem tão bem ao cérebro. Passear com o cachorro, não tornar nosso emprego nossa prioridade e as vezes meus amigos, rodar a baiana sim, pois quem muito guarda rancor transforma a maioria em sofrimento próprio. Fazer exercícios físicos, escutar uma boa música, ler aquele livro guardado que compramos mas que ainda nem abrimos, usar a lingerie especial hoje e não amanhã, ver o desenho animado mais visto e rir bastante dele e no final, dormir....E se foi preciso sofrer antes para entender que tudo isso é o mais importante....pelo menos o sofrimento gerou algo de bom em sua vida.
Portanto amigos não julguem o Adriano, o imperador, por querer uma vida mais sucegada no Morro e não seus milhões de dólares se isso o faz feliz. Não julge nem tenha preconceito de seu familiar ou colega de trabalho que sofre com depressão ou ansiedade, ele quer sim fazer tudo de novo, apenas precisa de sua mão e de sua ajuda para RECOMEÇAR. Não o mande lavar roupas, leve-o para escolher algumas novas no shopping, de repente ele vai descobrir que gosta de rosa e não de verde.
Nenhum de nós está imune a nada, as doenças mentais e os sofrimentos estão aí, batendo na porta daquele que não quer ver. Escondidas por trás dos títulos, dos carros, dos apartamentos novos, dos concursos desejados, das saídas inesperadas de casa....do que vc nem imagina...Não se esconda, nem recrimine, apóie e aceite, simples assim...Não faça de conta que não exista.
A vida é para ser vivida em sua plenitude, então viva e ajude aqueles com dificuldade a vivê-la também. O preconceito e a desconfiança são totais inimigos da felicidade, portanto livre-se deles AGORA.
Pensem nisso durante esta semana e se quiserem comentar suas idéias sobre isso o façam e dividam com os outros.
Por fim dedico este e-mail a todos aqueles que atualmente me levam para escolher roupas novas no shopping.

Beijos grandes
Sofia


Referências que utilizei:

Cavestro, J.M.; Rocha, F.L.Prevalência de depressão entre estudantes universitários.Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Rio de Janeiro, v.55, n.4, 2006.

Moraes, C.; Siva, F.M.B.N.; Andrade, E.R. Diagnóstico e tratamento de transtorno bipolar e TDAH na infância: desafios na prática clínica. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Rio de Janeiro,v.56, supl.1, 2007.


Margis, R. Comorbidade no transtorno do estresse pós-traumático: regra ou excessão?. revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v.25, supl.1; 2003.

Crivelatti, M.M.B.; Durman, S.; Hofstatter, L.M. Sofrimento psíquico na adolescência. texto e Contexto - Enfermagem; Florianópolis, v.15, 2006.

Kinrys, G.; Wygant, L.E.Anxiety disorders in women: does gender matter to treatment?. Revista Brasileira de Psquiatria, v.27, n.2, p.43-50; 2005.